quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

PMDB reitera que Temer quer ser vice em 2014 (Josias de Souza)

Ao esboçar a chapa de 2010, Lula sinalizara que seu preferido para parceiro de Dilma Roussef era Henrique Meirelles. O PMDB bateu o pé e, meio a fórceps, a chapa nasceu com Michel Temer na vice. Lula absorveu a imposição, lavou a parceria com sua popularidade e jogou fora as diferenças junto com a água do banho.



O tempo passou. Vieram as eleições municipais de 2012. O PSB cresceu e o governador Eduardo Campos ganhou musculatura de presidenciável. Súbito, interlocutores de Lula borrifaram nas manchetes uma interrogação: que tal se Eduardo Campos virasse o vice da Dilma em 2014?



Olhando para o noticiário de esguelha, o PMDB se deu conta de que estavam querendo jogar Temer fora junto com a água do banho. Para complicar, o ministro Gilberto Carvalho, a quem Lula chama de Gilbertinho, admitiu na semana passada, sob refletores, que cresce no PT a corrente que defende a troca do vice do PMDB por outro do PSB.



Simultaneamente, ganhou corpo a especulação segundo a qual o PT poderia ceder para o PMDB a vaga de candidato da coligação governista ao governo de São Paulo em 2014. Ficou a impressão de que, agora que há bebês demais na praça, Lula e parte do petismo querem jogar Temer na rua sem água e sem banho.



Incomodado, o PMDB de São Paulo reuniu sua Executiva nesta terça (19). Após o encontro, a legenda divulgou uma nota. No texto, informa que terá candidato em São Paulo. Mas não será Temer. Para ele, o partido prefere “a manutenção da aliança vitoriosa constituída pela chapa Dilma-Temer para presidente e vice-presidente nas eleições de 2014.”



Ficou entendido, agora mais do que nunca, que Temer deseja permanecer onde se encontra. Lula que providencie a água quentinha, o sabonete neutro e um talco de boa marca.

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