segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Rafael Correa conquista terceiro mandato no Equador

BBC Brasil

"O presidente do Equador, Rafael Correa"

O presidente do Equador, Rafael Correa, foi reeleito neste domingo e conquistou seu terceiro mandato.



Segundo resultados parciais, Correa recebeu 57% dos votos, o que lhe garantiu a vitória já no primeiro turno.



Pelas leis eleitorais do país, para garantir uma vitória no primeiro turno é necessário obter 50% do total de votos, ou 40% mais uma margem de 10 pontos sobre o segundo colocado.



Logo após a divulgação dos primeiros resultados oficiais, o ex-banqueiro Guillermo Lasso, principal adversário de Correa no pleito e segundo colocado, com 24% dos votos, reconheceu a derrota.



As eleições deste domingo foram disputadas por oito candidatos à Presidência. Nenhum dos outros seis candidatos obteve mais de 6% dos votos.



Os equatorianos também elegeram 137 membros do Congresso.



Comemoração



Antes mesmo dos resultados oficiais e minutos após a divulgação das pesquisas de boca de urna, Correa comemorou a vitória em um discurso na sacada do palácio presidencial de Carondelet, em Quito.



O presidente agradeceu a seus seguidores o apoio e os votos recebidos.



'Recebemos com toda firmeza mais quatro anos de revolução. Muito obrigado a todos vocês', disse.



'Nada nem ninguém pode parar esta revolução.'



Este deverá ser o último mandato de Correa, já que a lei do Equador o impede de concorrer mais uma vez.



Trajetória



Economista nascido em Guayaquil, Correa, de 49 anos, assumiu a Presidência do Equador em 2007.



Durante seus dois primeiros mandatos, ele conquistou admiradores por garantir a estabilidade política em um país marcado por décadas de golpes e pelas ações de cunho social de seu governo.



No entanto, o presidente também é alvo de críticas e acusado de concentrar poderes e ser pouco tolerante.



Seus críticos dizem que ele implementou políticas com o objetivo de fortalecer seu poder e neutralizar a influência de adversários políticos e a imprensa privada.



Também afirmam que ele restringiu a iniciativa privada com impostos pesados e mudanças regulatórias, além de ter elevado os gastos do governo a níveis insustentáveis.



Popularidade



No entanto, a chamada 'Revolução Cidadã' levada adiante por Correa o tornou popular entre muitos equatorianos de baixa renda e garantiu o apoio de outros líderes de esquerda da América Latina.



A redução de 27% na taxa de pobreza desde 2006 e a ampliação do gasto público com programas sociais - na esteira da alta dos preços do petróleo - são os principais pilares de sustentação de seu governo e garantiram ao presidente um índice quase 70% de popularidade.



Durante seus seis anos no poder, Correa ampliou o acesso à saúde e à educação e promoveu obras para melhorar as condições de milhares de quilômetros de estradas, o que gerou muitos empregos.



As eleições deste domingo foram acompanhadas com atenção pelos países da região.



Segundo analistas, a vitória de Correa é vista pelo governo brasileiro como um passo importante para o fortalecimento do Mercosul e também pode abrir caminho para os negócios das grandes construtoras brasileiras no país andino.



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