Letta diz que Itália tem que focar no crescimento imediatamente
Por Redação, com Reuters - de Roma
O novo primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, prometeu pressionar por uma mudança no foco em austeridade da União Europeia e buscar o crescimento e o emprego, em um discurso inaugural nesta segunda-feira que apresentou as prioridades para o seu governo de coalizão.
Falando antes de um votação de confiança na Câmara dos Deputados, Letta disse que a Itália não pode se dar ao luxo de se concentrar apenas em tentar reduzir sua enorme dívida pública e precisa de uma nova ênfase em tirar a economia da recessão.
Ele será apoiado por seu próprio Partido Democrata de centro-esquerda, o partido de centro-direita de Silvio Berlusconi Povo da Liberdade (PDL), bem como centristas liderados pelo ex-primeiro-ministro Mario Monti, em uma segunda votação no Senado nesta terça-feira.
- Nós vamos padecer se houver apenas consolidação fiscal, as políticas de crescimento não podem mais esperar – disse Letta, destacando que a situação econômica do país permanece “séria” depois de mais de uma década de estagnação.
No entanto, ele se comprometeu com seus parceiros da União Europeia a manter os compromissos orçamentários da Itália, anunciando que iria visitar Bruxelas, Paris e Berlim esta semana.
A reação do mercado financeiro à nomeação de Letta, que deu fim a meses de impasse político após a eleição inconclusiva de fevereiro passado, foi positiva, com os rendimentos de títulos em queda e ações subindo.
O custo dos empréstimos da Itália caiu para seu nível mais baixo desde outubro de 2010 em um leilão de títulos de médio e longo prazos na segunda-feira.
Mas Letta, que foi empurrado para uma coligação com Berlusconi após a centro-esquerda não alcançar uma maioria parlamentar viável em fevereiro, agora enfrenta uma batalha para manter a unidade de seu governo durante a tramitação de reformas potencialmente difíceis.
Ele também disse esperar que um aumento no imposto sobre vendas, prevista para julho e que elevaria a principal taxa de 21% para 22%, possa ser adiada.
Em um discurso que define um ambicioso programa de reformas, Letta disse que o sistema de previdência social tem que ser reforçado, os impostos que pesam sobre o emprego e os jovens têm que ser cortados e medidas para inserir mais mulheres no mercado de trabalho aprovadas.
Ele prometeu mudar a lei eleitoral vigente, que contribuiu fortemente para o resultado inconclusivo da eleição em fevereiro e deixou a Itália em um limbo político por dois meses, com os partidos em disputa pela formação de um governo.
Ele também disse que iria rever o progresso das reformas em 18 meses e se sentir estar sendo impedido por outros partidos, não hesitaria em assumir as consequências, em uma aparente sugestão de que renunciaria.